sábado, 29 de maio de 2010

Versos antigos

Estive vasculhando minhas bagunças, tanto os meus papeis velhos, quanto as minhas mais remotas lembranças, acabei encontrando alguns versos. Falam de amor. Quando os escrevi não tinha namorada, talvez a vontade de ter alguém me fez escrever. Escrevi os referidos versos na escola, numa atividade de português, porém não me lembro o ano. Parafraseei um outro poema, a professora havia distribuído uma folha com vários poeminhas, escolhi um deles e construí o meu. No entanto, também não me lembro o nome do poema, tão pouco seu autor. O meu acabou ficando sem nome, e nem sei porque isso aconteceu.
Bom, como a proposta desse blog é divulgar os meus escritos, resolvi colocar esses versos que escrevi a tanto tempo. Aí vai:


Aqui, ali, em qualquer lugar
levo você em meu coração

Um amor lindo e sereno
um amor forte e fiel

Olho para o horizonte
não me preocupo com o futuro
quero viver o presente

E o presente é você

Meu presente é você

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Brincando com fogo e água

Estive pensando num ditado popular, "quem brinca com fogo pode se queimar". Realmente esse dito serve de alerta. Refletindo um pouco, cheguei a uma conclusão. Não é bom mesmo brincar com fogo. Todavia, além de não brincarmos com fogo, também não devíamos brincar com água. Quando digo que não devíamos brincar com água, não estou criando uma outra expressão. Estou sendo literal. Quando digo água, é água mesmo. Será que a fonte é inesgotável? Acho que não. Por isso digo que não é aconselhável brincar com água.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

É tempo de Copa...

Vem aí a Copa do Mundo! Como as pessoas esperavam a convocação do técnico Dunga! Muitos cogitavam nomes de jovens jogadores que estão se destacando no futebol brasileiro, porém o ainda questionável treinador (para imprensa brasileira) pouco surpreendeu em sua convocação. É interessante como o povo se torna patriota durante a copa, o país literalmente para. O brasileiro precisa mesmo de diversão, e é muito bom ver pessoas reunidas, seja na casa de um amigo, num bar ou restaurante, numa praça pública com telões espalhados, com um único objetivo: torcer para a seleção brasileira. Como o patriotismo se aflora nessa época, gostaria de propor algumas coisas amigo leitor, porque infelizmente o brasileiro se desliga de tudo nessas "ocasiões importantes". Bem, quero lembrar que esse ano haverá eleições, e é bom ficarmos bem atentos à propostas e trabalhos anteriores dos candidatos. Gostaria que a sociedade refletisse, e que cada um se perguntasse: "Por que homens como José Sarney e Fernando Collor de Mello ainda estão no cenário político brasileiro?". Quero também que cada cidadão lembre que há milhares de assassinatos todos os dias nas cidades brasileiras, que a nossa polícia é mal preparada (espero que não venha nenhum governante mineiro ou emissora de televisão "amiga" do governo dizer que a polícia de Minas é melhor do Brasil, porque não é), quero que cada um lembre que há milhares de casos de pedofilia, quero propor a cada pai de estudante visitar a escola que o filho estuda, mais do que isso, acompanhar a realidade escolar e tirar as próprias conclusões de como anda a educação no país penta campeão mundial de futebol. Não se esqueça povo patriota que o nosso sistema público de saúde é péssimo, que a distribuição de renda aqui é muito mal feita, mesmo com as bolsas família, escola, e algumas outras bolsas. Vamos refletir um pouco e perceber o quanto somos preconceituosos, pois tratamos de forma desigual negros, idosos, homossexuais, analfabetos, moradores de favela. Não é verdade? A mídia está aí sempre com o árduo trabalho manipulador. Outra verdade não é? Então vamos aproveitar as palavras de uma campanha publicitária, "GUERREIROS", e agir como tal. Geraldo Vandré dizia: "quem sabe faz a hora, não espera acontecer". Não vamos esperar tudo acontecer para depois reclamar. Vamos aproveitar esse espírito de Copa do Mundo e lutar por um Brasil melhor para todos, não para uma minoria, mas para TODOS.
É tempo de copa...

sábado, 8 de maio de 2010

Filosofia de elevador

Um dia desses, estava eu, indo ao banheiro do shopping center onde trabalho (na verdade trabalho em uma loja dentro do shopping), aliviar-me da “vontade” de urinar1. Ao me aproximar do banheiro masculino, escutei a “voz” automática do elevador dizendo: “primeiro andar. Desce”. É até engraçado! O elevador estava parado no primeiro andar, ele ia descer pra onde? Fique calmo caro leitor, é claro que não estou subestimando a sua inteligência, como você já bem deve ter percebido, o shopping possui subsolo. Então, ao ouvir a gravação, esqueci por uns cinco segundos que precisava urinar. Fiquei distraído ao ouvir tais palavras. No entanto a “vontade” falou mais alto e acabei entrando no banheiro. Depois de já aliviado, enquanto lavava as mãos, as palavras que escutei de um simples elevador me voltaram à cabeça. Isso me fez refletir. Uma vez, há alguns anos, quando fazia um curso preparatório para o vestibular, o professor de História fez um pequeno intervalo para que a turma pudesse ir ao banheiro. Ele disse que após urinar raciocinamos melhor. Acho que tive a prova. Voltei ao trabalho cheio de questionamentos. Perguntei a alguns colegas porque o elevador se chamava elevador. Ninguém entendeu a minha indagação, estava parecendo pergunta de criança. Ora, por que o mundo se chama Mundo? Vai saber. Perguntei por que após escutar a “voz” do elevador, ficar cinco segundos em transe, e ainda urinar, comecei a contestar o nome desse meio de transporte de pessoas e de cargas, que se movimenta no sentido vertical. Ora, segundo o míni dicionário Houaiss da língua portuguesa, o vocábulo “elevador” significa “cabine para deslocamento na vertical ou em plano inclinado de pessoas ou cargas”. Ou ainda, “que eleva”. Portanto, a palavra “elevador”, deriva da palavra “elevar”, que por sua vez significa subir. Amigo leitor, a essa hora, você já deve ter notado onde está a minha crítica. Então vamos lá. “Elevador” deriva de “elevar”, ou seja, subir, mas aí eu pergunto: por que esse nome, sendo que essa tal cabine também desce? Tudo bem, está explícito na definição do dicionário, “deslocamento na vertical”, ou seja, sobe e desce. Mas o nome não está totalmente de acordo, já que só está indicando que sobe. ELEVADOR. Quando apresentei essa crítica aos meus colegas de trabalho, muitos não me deram muita atenção, outros disseram-me que sou chato. _ Pra que se preocupar com tal coisa? _ Deixa de ser chato, o negócio já tem nome há muito tempo, e agora vem você querendo mudar. Mas eu não queria e não quero mudar, só acho que a pessoa que batizou a cabine que se desloca na vertical, não foi muito cuidadosa. Mas nome é nome não é verdade? Ninguém nunca me criticou por eu me chamar Daniel. É meu nome e pronto. Mas não posso esgotar meu questionamento nessa simples comparação, ora, Daniel é um nome próprio, assim como Sebastião ou José, entretanto elevador não. Vou continuar com os meus questionamentos, amigo e paciente leitor. Esse meio de locomoção denominado “elevador” é automático, basta tocar o número equivalente ao andar que você deseja que ele fecha as portas e vai. Quando chega ao andar ele abre as portas e pode-se sair tranquilamente. Alguns mais modernos tem voz, como é o caso dos que tem no shopping onde trabalho. Mas apesar dessa modernidade, alguns ainda têm piloto. Sim, mesmo essa tal cabine sendo automática, alguns edifícios tem profissionais que auxiliam os visitantes, além de “levar” as pessoas nos andares solicitados, esses profissionais auxiliam os visitantes dentro do prédio, indicando em qual andar fica uma loja, um escritório, um consultório médico, isso é claro, dependendo de cada prédio. Pois bem, o nome desse profissional é ascensorista. Mais uma vez vamos recorrer ao “pai dos inteligentes” 2. A palavra “ascensorista” significa “que(m) maneja um elevador”, que por sua vez, deriva do vocábulo “ascensor”, que significa “(o) que ascende3; máquina que serve para elevar; elevador”. Será que é chatice minha mesmo? Até o nome do profissional que trabalha na tal cabine é inadequado, ou melhor, é adequado sim, haja visto que também só indica o movimento vertical para cima. Talvez alguns leitores vão discordar de mim, baseando-se no conceito do vocábulo “elevador”, que está presente no dicionário Houaiss, porém na versão maior, que além dos significados, possui a origem das palavras. Nele está escrito que “elevador” é uma cabine que transporta pessoas ou cargas no sentindo vertical, subindo e DESCENDO. Mas ainda não me convence. É claro que entendo perfeitamente que ele sobe e desce, não seria possível que um elevador subisse até o décimo quinto andar de um prédio e ficasse por lá. Mas a danada da palavra que dá nome ao objeto em questão só indica o movimento para cima. Já que citei a impossibilidade de um elevador chegar ao décimo quinto andar de um prédio qualquer, e simplesmente ficar por lá, agora quero criar uma situação hipotética. Imagine você leitor, morador desse prédio, que vive num apartamento localizado justamente no décimo quinto andar, e é claro, o prédio possui quinze andares. Você deseja ir à padaria da esquina. Faço-lhe uma pergunta. Pra que entrar numa cabine, que, de acordo com o próprio nome, só sobe? Ora, você quer descer. Usar a escada? É uma possibilidade, mas pode usar o elevador, afinal ele também desce. Mas o nome não está de acordo. Que fique bem claro, não quero criar nem um tipo de polêmica, tão pouco propor um novo nome para a cabine em questão. Apenas refleti um pouco. Mas fica aí a questão para os linguistas e todos os profissionais especialistas da língua portuguesa. E tenho dito.

1 “Vontade” não é um termo apropriado, na verdade trata-se de uma necessidade fisiológica do corpo humano. Ninguém tem vontade de urinar, falando assim parece desejo. O corpo tende a eliminar água, a urina é uma forma tal qual o suor.

2 Essa expressão é do professor Chico, da PUC Minas, que ministra a disciplina “Oficina de leitura e produção de textos” no curso de História. Ele se refere ao dicionário.

3 De acordo com o míni dicionário Houaiss, “ascende” significa “mover (-se) para cima; subir;” ou ainda, “elevar-se (em cargo, posto, etc)”.